CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE

Publicado em: 10/10/2018 - 15:42

Fonte da Ilustração: https://cleofas.com.br/ressuscitou/

“... a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos ansiosamente como Salvador o Senhor Jesus Cristo, que transfigurará o nosso corpo humilhado...” (Fl 3, 20-21a)

UMA RESPOSTA

Paciente de carcinoma em estágio avançado, o jovem aproxima-se e diz: “- Mãe, você vai perder um filho...”

Sofrida, mas ciente de dever-lhe uma resposta, a mãe a tem – não por coincidência - na Bíblia já antes aberta em suas mãos. Do capítulo 15 da 1ª Carta de Paulo aos Coríntios que, juntos seguem lendo e refletindo, vem-lhes o conforto na dor que compartilham. Firmes na fé e na esperança, caminham ao encontro do que, para eles, é uma promessa já cumprida na pessoa de Jesus Cristo.

A PALAVRA (1)

Aos coríntios, que não acreditavam na ressurreição dos mortos, Paulo apresenta Jesus Cristo como o primeiro fruto da terra – as primícias – ao qual muitos outros seguirão. Explica-lhes o apóstolo o modo da nossa futura ressurreição à luz do mistério pascal de Jesus, morto e ressuscitado o que, para eles, era um incompreensível acontecimento (1Cor 15, 4.20-53).

Faz o mesmo aos filipenses narrando que os justos, mortos na amizade com Deus, terão seus corpos transformados à semelhança do corpo glorioso de Jesus ressuscitado (Fl 3, 20-21) tal como foi visto, este corpo glorioso, por muitos de seus apóstolos, discípulos e amigos antes de elevar-se ao céu (Mt 28, 16-17a). Enquanto alguns duvidavam (Mt 28, 17b) muitos outros creram, pois viram-nO e com Ele conviveram tal como narram os quatro evangelhos (Mt 28, 1-8.9-10.16-20; Mc 16, 1-8.9-18; Lc 24, 1-11.13-49; Jo 20, 1-2.11-22).

Mas antes, no decorrer de Sua Missão entre nós e, no propósito de preparar seus discípulos, Jesus mesmo antecipa o fato da ressurreição quando atende, por três vezes, aos que vieram pedir-lhe pelas vidas da filha de Jairo (Mc 5, 21-42), do filho da viúva de Naim (Lc 7, 11-17) e de seu amigo Lázaro (Jo 11).

O MAGISTÉRIO (2)

Por seu Catecismo (versão integral), como também pelo seu respectivo Compêndio (versão síntese), a Igreja nos ensina que, como batizados e educados na fé, cabe-nos ACREDITAR no que professamos como verdade na oração CREIO (CREDO) em cada um de seus doze artigos também chamados Símbolos da Fé.

CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE é o décimo primeiro desses artigos, sobre o qual a Igreja, com base nas Sagradas Escrituras, na Tradição e na Patrística (textos dos Santos Padres), tece importantes ensinamentos acerca da morte. De fato, para compreendermos o propósito de Deus quanto à nossa ressurreição, é preciso que debatamos e reflitamos, antes, acerca da morte, pois são muitas e importantes dúvidas que pairam sobre ela: Por que morremos? Para onde vão os mortos? `Todos ressuscitaremos? De que maneira ressuscitaremos? Como serão nossos corpos quando ressuscitarmos?

Sobre esta última dúvida e, com base no que Paulo escreve na citada carta aos coríntios, o autor Ronald Knox nos oferece uma contribuição (3) ao enumerar quatro propriedades dos corpos ressuscitados: impassibilidade (não sofrerão nem morrerão), sutileza (atravessarão a matéria sem impedimento ou dano), agilidade (mover-se-ão com extrema rapidez e facilidade) e claridade( irradiarão extrema beleza e esplendor).

É de Santo Agostinho: “A morte não é nada, eu somente passei para o outro lado do Caminho. Eu sou eu, vocês são vocês, O que eu era para vocês, eu continuarei sendo... Me deem o nome que vocês sempre me deram; falem comigo como vocês sempre fizeram. Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Por que eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho. Você que aí ficou, siga em frente. A vida continua, linda e bela como sempre foi.”

A RESPOSTA

Não mais pela dor, mas agora consolados e fortalecidos pela certeza da ressurreição futura, da mãe o filho ouve que não há que se falar em perda pela morte de quem quer que seja. O que há, pela morte, é uma passagem do justo para a eternidade, portanto um ganho inestimável pois, “... assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste...” (1Cor 15, 49-58)


“Deus seja louvado!”


Fontes:
1. Bíblia de Jerusalém, Paulus, 2002.
2. Catecismo da Igreja Católica (texto), 3ª edição, Vozes, Paulinas, Loyola, Ave-Maria, 1993, p.238-245, par. 988 a 1018.
3. KNOX, Ronald (1888-1957), O CREDO, Quadrante, SP, 1988, p. 196 (rodapé).


PASCOM / PSBJ
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