POR QUE CONFESSAR-SE?

Publicado em: 15/11/2018 - 20:45

“Lançai para bem longe toda a vossa iniquidade! Criai em vós um novo espírito e um novo coração!” (Ez 18, 31)

Dentre os ‘Sete Sacramentos da Igreja’ não encontramos algum que se denomine “Confissão”.

Porém, dentre eles, há os que se chamam ‘Sacramentos de Cura’ e, nestes, o da Reconciliação (ou Conversão, Perdão, Penitência), que costumamos chamar de Confissão.

Por que ‘Sacramentos de Cura’?

Porque, como anunciava o profeta acima citado, nossas iniquidades, na forma de prejulgamento, ofensas, agressões, mentiras e outras tantas contra o próximo e contra Deus, são “doenças” que nos afetam antes de afetarem aqueles que ofendemos.

Isto é assim porque, como disse Jesus:

“o que sai da boca procede do coração e é isto que torna o homem impuro.” (Mt 15, 18).

Para que compreendamos bem essa Palavra dita por Jesus em resposta aos fariseus que criticavam os Seus discípulos por comerem sem terem antes lavado as mãos, é indispensável lermos todo o trecho acima referido, bem mais que o apenas transcrito (ver Mt 15, 1-20).

Sobre ele diz-nos a Igreja: “Cristo, médico da alma e do corpo, os instituiu porque a vida nova, que nos foi dada por ele nos Sacramentos da iniciação cristã, pode ser enfraquecida e até perdida por causa do pecado. “(grifamos) (Compêndio do CIC, 295)

E, mais adiante acrescenta: “No Antigo Testamento, o homem experimenta durante a doença o próprio limite e percebe ao mesmo tempo que a doença está ligada, de modo misterioso, ao pecado.” (Compêndio do CIC, 313)

Por essa razão, Jesus nos dá, através da Igreja, a cura integral (corpo e alma) quando buscamos o Sacramento da Reconciliação (ou Penitência).

Tudo o que mais quisermos saber a respeito encontraremos pelo Índice Analítico do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica de números 295 a 301. Entretanto, a resposta à indagação inicial – Por que confessar-se? – está precisamente em 302 a 312.

Mas, o que entendemos por Penitência?

Muitos consideram penitência somente a privação dos alimentos, como da carne às Sextas-feiras Santas, ou de algo mais que nos agrade.

Contudo, a verdadeira penitência vai além, pois compreende o reconhecimento dos próprios pecados através de um sincero exame de consciência com o arrependimento de tê-los praticado, passa pelo propósito de não mais cometê-los e também pelo desejo de expiá-los (expiação), isto é, de confessá-los ao sacerdote através de quem Deus nos dará aabsolvição, como também da reparação ao ofendido – seja a Deus ou ao próximo - pela ofensa praticada, através do devido pedido de perdão.

Se consideramos isto difícil - e pode ser que seja mesmo -, temos a misericórdia de Deus a nosso favor, pois Ele conhece nossa fraqueza e conhece também nosso efetivo arrependimento.

Por que, então, Ele não nos daria esse Seu imenso favor?

Se pelos Sacramentos da Cura, pela reconciliação (e penitência), buscamos o perdão, a conversão e a salvação, vejamos o que nos diz Pedro:

“O Senhor não tarda a cumprir sua promessa, como pensam alguns, entendendo que há demora; o que Ele está, é usando de paciência convosco, porque não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se.” (2Pd 3, 9)

Tal como antes já nos dissera o apóstolo, “Acima de tudo, cultivai, com todo o ardor, o amor mútuo, porque o amor cobre uma multidão de pecados.” (1Pd 4, 8).

Neste tempo do Advento, procuremos bem corresponder à misericórdia do Senhor que vem até nós, preparando-nos para recebê-Lo com alegria e louvor!

Seja Deus sempre louvado!

Fonte: COMPÊNDIO do Catecismo da Igreja Católica, Ed. Loyola, SP, 2005, pp. 98 a 101.


PASCOM / PSBJ
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Comentários:

Pedro Paulo
Publicado em: 01/02/2019 - 14:32
Gostei muito do artigo.