São José

Publicado em: 13/03/2019 - 17:34

Fonte: https://cleofas.com.br/coroa-das-sete-dores-e-sete-gozos-de-sao-jose

“... Não é este o filho de José?” (Lc 4, 22b)

A mesma pergunta que Lucas registra pelo acontecimento em Nazaré, a cidade onde Jesus morara com Maria, sua Mãe, e José, seu pai adotivo, e que relata até o versículo 30, fora também proferida pelos que estavam na sinagoga de Cafarnaum, quando Jesus pregava. E, por que assim perguntavam? Evidentemente porque, discordando do que Jesus falava e procurandodesacreditá-Lo por sua origem como nazareno, associavam-No também à simplicidade de seu pai José, conhecido como um simples carpinteiro.

Então, perguntamos: Quem é JOSÉ, cuja festa comemoramos em 19 de março a cada ano? José, nome muito comum àquela época e lugar, para nós é o nome do grande santo, em cujos versos da ladainha em seu louvor, encontraremos muito sobre sua personalidade, como também as muitas referências existentes a seu respeito.

Os relatos evangélicos, sendo escassos a seu respeito, são bem precisos a partir do episódio da Anunciação a Maria que, nessa ocasião, já lhe estava prometida em casamento (cf. Mt 1, 18). Das catorze citações que os Evangelhos nos trazem sobre José, vem desta a primeira de suas relevantes qualidades, a justiça, como logo a seguir a confiança e a obediência (cf. Mt 1, 24). Mais adiante, Mateus descreve-o como provedor e protetor (cf. Mt 2, 13. 19-23), como também Lucas o faz, especialmente em seu Capítulo 2. Quanto a escolha de Deus a José para confiar-lhe os cuidados a seu Filho e Sua Mãe aqui na Terra sabe-se apenas que José é da casa de Davi, acentuando assim sua origem real, conforme Mateus relata sobre a ascendência de Jesus (cf. Mt 1, 1- 17) onde consta José como o esposo de Maria.

Para a Igreja e para nós, seus fiéis, o protagonismo de José, em relação a sua esposa Maria e Jesus, o Filho de Deus, justifica a veneração à sua santidade, fato que nos vem do século XII, quando os cruzados ergueram em Nazaré, a cidade onde morou, um templo a ele dedicado. Mais tarde, os franciscanos, com São Bernardino de Sena (+1444), promoveram a sua própria celebração. E, em 1870, o papa Pio IX declarou-o Patrono da Igreja, sendo que de 1920 a 1970 o Missal Romano conservou -lhe um Prefácio próprio. Com o título de São José Operário celebra-se a cada 1º de Maio, como memória facultativa, sua festa como protetor dos trabalhadores, propósito este de Pio XII para promover no coração da Igreja o que antes tratava-se de festa reservada ao âmbito secular. Finalmente, em 1962, o papa João XXIII fez inserir seu nome no Cânon romano da Missa, como se faz até hoje.

Mas não apenas isto nos leva à veneração de São José. Embora os Evangelhos não relatem a sua morte, ele é considerado como consolador dos aflitos e infelizes, como esperança dos doentes e patrono dos moribundos, como também, segundo a conclusão da ladainha em seu louvor, o Terror dos demônios.

Nestes dias, em que nos defrontamos com crescentes diversos sofrimentos justificados pelo assédio do Maligno, recorramos à intercessão e proteção de São José, nosso grande santo que, pelo desígnio de Deus insere-se na “grande corrente das promessas da salvação e na história salvífica” (Adolf ADAM, em O Ano Litúrgico, Coleção Liturgia e Teologia, Paulinas, 1982, p. 226).

São José, rogai por nós!


PASCOM / PSBJ
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