ANO LITÚRGICO 5

Publicado em: 01/03/2020 - 05:00

Fonte: Pascom-PSBJ

QUARESMA

“Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição ...” (Mt 7, 13)

A QUARESMA parte da Quarta-Feira de Cinzas e vai até domingo de Ramos, perfazendo quarenta dias (em 2020, de 26/02 a 05/04), após o que iniciamos a Semana Santa (06, 07 e 08/04) e, na sequência, o Tríduo Pascal (09, 10 e 11).

Como tempo de preparação ao Domingo de Páscoa (12/04/2020), a Quaresma compreende, para nossa reflexão e conversão, duas épocas interligadas: a antiga, que ocorreu há mais de 3000 anos e a nova, que é HOJE.

Qual a relação entre elas?

A Bíblia, não sendo um “mero livro de histórias”, mas a PALAVRA DE DEUS, nos ensina a correlação entre os fatos narrados por diversos de seus livros, através do processo que chamamos de “prefiguração” palavra que vem do grego typos e do latim figura. Assim, a “imagem ou figura” de um fato narrado no Antigo Testamento vem explicar e sustentar o fato narrado no Novo Testamento (cf. LÉON-DUFOUR e ous, Vocabulário de Teologia Bíblica, 1977, p. 354-359), para que bem compreendamos a AÇÃO SALVÍFICA DE DEUS para com todos os Seus filhos, em todos os lugares e em todas as épocas.

Então, para entendermos o Tempo quaresmal em que já nos encontramos, retornamos ao Antigo Testamento onde os livros ÊXODO, NÚMEROS, DEUTERONÔMIO e JOSUÉ contam-nos a odisseia do antigo povo que Deus, por meio de Moisés, libertou da escravidão no Egito prometendo-lhe uma terra fértil, segura e perene (cf. Ex 14-15; Js 1-24). Contudo, para chegar a essa Terra Prometida, aquele povo teria que atravessar um longo deserto, no que levou QUARENTA ANOS (cf. Nm 14, 33-34). Então, este é o fato que prefigura e explica os QUARENTA DIAS de duração da Quaresma.

Nesse caminho, o povo recebeu de Deus, que sempre o acompanhava, água, pão, carne, o céu por onde se orientar e oásis onde descansar, como também proteção contra seus inúmeros perigos. E aquele povo recebeu também de Deus o DECÁLOGO (cf. Ex 20, 1-17) e ensinamentos sobre os DOIS CAMINHOS que teriam para escolher (cf. Dt 11, 1-32; Dt 30, 15-20).

Não obstante a clareza das Palavras de Deus, o povo recusou-se a ouvi-Lo (cf. Sl 94), reclamando de como fazia (cf. Ex 16), adorando falsos deuses (cf. Ex 32) e duvidando de Seu Poder (cf. Nm 20).

Por isso, conforme Deus os prevenira, muitos não entraram na Terra Prometida.

Chegando a Hoje, vemo-nos como aquele antigo povo, igualmente sujeitos ao pecado que nos escraviza, mas, tal como aquele libertado por Deus, também já fomos libertos da morte por JESUS ao morrer e ressuscitar por nós, abrindo-nos o caminho à Vida Eterna, a nossa definitiva morada.

Entretanto, neste mundo caminhamos como num “deserto”, o que muito nos “lembra” daquele antigo, repleto de tribulações, perigos e tentações.

Por isso, é JESUS quem vem para insistir e nos atualizar o antigo ensinamento sobre os DOIS CAMINHOS quando, no Sermão da Montanha, nos alerta e convida:

“Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida. E poucos são os que o encontram.” (Mt 7, 14)

Querendo que todos nós possamos encontrar esse CAMINHO QUE CONDUZ À VIDA, a Igreja sempre nos vem apontando essa meta. E o faz desde que, pelo DIDAQUÉ catequizava os primeiros cristãos (cf. ZILLES, Urbano, Introdução, Tradução e Comentários, Ed. Vozes, 1970).

E hoje podemos escolher essa providencial ajuda, seja cantando como fez o salmista (cf. Sl 1, 1-6) ou como já nos oportuniza esta QUARESMA com a mesma proposta segura e o particular convite a escolhermos o caminho que conduz à Vida:
- APROFUNDANDO NOSSA FÉ PARA COM NOSSO PAI SENHOR sendo-Lhe reconhecidos e gratos por Sua constante Providência;
- BUSCANDO OS DONS DO ESPÍRITO que nos façam perseverar neste caminho;
- CRESCENDO NA CARIDADE PARA COM NOSSOS IRMÃOS, pelo compartilhamento do amor e da ajuda de que todos nós necessitamos.

E tudo isso nos será proporcionado pela frequência constante à EUCARISTIA, no convívio estreito com a PALAVRA, aplicando-nos na ORAÇÃO e na generosidade através de nossas ESMOLAS.

Dessa forma, cumprir-se-á, para cada um de nós, o que está escrito e vem do Antigo Testamento:

“Que tuas vestes sejam brancas em todo o tempo e nunca falte o óleo perfumado sobre a tua cabeça.” (Ecle 9, 8).

O Senhor seja louvado!

PASCOM/PSBJ

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