Publicado em: 16/09/2020 - 20:28
Sagrada família
Pandemia, compromissos e oração
Sou casado há 15 anos e meus filhos têm 11 e 9 anos. Residimos em apartamento, e nessa quarentena raramente saímos. Costumamos comparar nossa residência a uma caverna pré-histórica, da qual só saímos para adquirir comida, retornamos e trancamos a porta.
Minha esposa e eu fazemos teletrabalho em nossa residência e meus filhos frequentam a escola online.
Durante a quarentena esses compromissos individuais consomem muito de nosso tempo, sobrando, por incrível que pareça, pouco tempo em comum, ainda que seja em quantidade maior do que antes da quarentena. Procuramos, em casal, valorizar as refeições e outros momentos que nos reunimos com os filhos.
Faço a Lectio Divina pela manhã, ao acordar, e ao longo do dia procuro passar um ensinamento breve sobre o que refleti, especialmente nas refeições em conjunto. Participamos das Missas pelo Facebook e passamos a nossos filhos a importância da oração, destacadamente, da escuta atenta da Sagrada Escritura. Falamos também do quanto sentimos a falta dos Sacramentos, mesmo que esse assunto não seja tão perceptível pelas crianças.
Passamos, as crianças e os adultos, por momentos de ansiedade. Mas, para combatê-la, indicamos uns aos outros o silêncio e a oração; o que nos tranquiliza e nos dá a certeza de que nascemos e vivemos procurando imitar Jesus. Assim, um dia, se Deus quiser, estaremos com Ele em seu Reino. Enquanto isso, buscamos vivenciar os ensinamentos de Cristo a cada dia, que nos valem para todos os momentos.
Fiquemos todos na Paz do Senhor Bom Jesus!
Pandemia, equilíbrio e aprendizado
Somos um casal, ambos com idade acima de 60 anos, aposentados, com boa saúde, ativos, moramos somente nós dois juntos.
Qual a classificação mais adequada para essa pandemia? Explosão de sentimentos? Vulnerabilidade? Eis o que nós experimentamos e sentimos: medo, insegurança, descrédito de toda e qualquer informação (oficial ou não), solidão, falta de perspectiva futura, distanciamento da família e dos amigos (isso fez com que cada núcleo se fechasse em seu “casulo”). Uma realidade dura, que dói.
O que fizemos com isso tudo:
- a primeira coisa foi “montarmos” um “altarzinho” em nossa sala... lá é o nosso contato com a esperança;
- procuramos nos apegar cada vez mais na escuta da Palavra, na reflexão (homilias) e na oração (especialmente o Terço da Misericórdia da Tv Canção Nova), compromisso diário;
- refletir as postagens do Pe. João, pela manhã e no final da tarde;
- participar da Celebração da Eucaristia aos sábados pelo facebook, que nos mantém conectados à nossa Igreja local, isso nos dá um sentimento de pertença;
- não termos tempo ocioso.
Como estamos vendo, este tem sido um tempo difícil para muitas pessoas, como também é um tempo de reflexão, de reconceitualização, catarses, aprendizados, construções e reconstruções, surpresas e decepções...
O diferencial para nós, cristãos, é que cremos em Deus, Ele olha por nós. Lentamente estamos tentando “retomar a vida” com confiança e esperança, retomar o que vale a pena e abandonar o que não mais tem sentido. E sempre nos lembramos do que nos diz o Pe. João após cada homilia: “Que Deus nos ajude”. Essa tem sido nossa jaculatória.
Finalizando, sim, estamos mantendo um “grau saudável de equilíbrio e sanidade” graças à presença cada vez mais forte de Deus em nossa vida, através da escuta e da oração.
“Que Deus nos ajude”.
Pandemia, escuta e confiança
Amigos, irmãos!
Que “... seja bom para nós ouvir a voz do Senhor...”, diz o profeta (Jr 42,6).
Verdade! Pois, como todos ou muitos, estando na “prisão” do lar receio acomodar-me à situação e, principalmente em sucumbir ao perigo do isolamento espiritual que, por certo, prejudicará o salutar e necessário convívio social.
Ainda que receba o apoio e auxílio de meus familiares, sentindo a falta de sua estreita, constante e amorosa presença, esforço-me no compartilhamento pelas redes sociais, mas não é o mesmo que estarmos, efetivamente juntos.
Por elas participo, mais do que meramente assisto, às celebrações da Missa quando Jesus vem e quer permanecer comigo. Ele me diz que, para prevenir-me contra aquele silencioso perigo, devo aplicar-me tanto nas indispensáveis obrigações pessoais, como, especialmente, na escuta de Sua Palavra, orações e boas obras.
Faço-o, diariamente, pela Liturgia das Horas, pelo livro ou pelo aplicativo que adquiri recentemente e recomendo. Nela a Palavra de Deus, constante e atual, sempre me diz o que devo ouvir.
No Salmo 40(39) o Senhor me suscita agradecer pelo que tenho e pedir-Lhe o socorro pelo que necessito. Esperar confiante e pacientemente porque me atenderá. E me pede para fazer a Sua Vontade, abrindo meu coração para as necessidades de meu próximo (cf. Mt 6,10).
Dou testemunho que isso é verdade e que tenho experimentado, concretamente, em todos os dias, neste tempo de pandemia.
Seja Ele sempre louvado!
Pandemia, isolamento e reflexão
Do Oriente para a Europa, até que chegou ao Brasil um vírus, pequenino, invisível a olho nu, e causou uma revolução no mundo todo.
A partir de março de 2020 vieram as determinações para proteção e isolamento, que prontamente obedecemos, pois estamos na faixa etária de 60 e poucos anos.
Trabalho e confinamento em casa, preocupações como com os pais idosos, ficamos sem as Missas presenciais etc. Tudo exigiu adaptação a um novo modo de vida, com as tecnologias disponíveis, e muitas dúvidas. Apesar das dificuldades e apreensões, não tivemos medo, nossa segurança é a graça divina.
As mudanças não foram só nas comunicações, mas nos corações e nas atitudes de solidariedade. Houve complicações na economia, pequenas e grandes empresas paralisadas, pais de família desempregados, situação para a qual devemos olhar e agir com compaixão.
Mas tivemos mudanças para melhor: mais orações em casal e em família, terços em grupos, alem de mais conversas, mais escuta. Muitos lares se consagraram como Igrejas Domésticas, acolheram a visita do Espírito Santo. O crescimento espiritual e conjugal foi amplificado através do acompanhamento das atividades virtuais que a Igreja nos oferece, como Missas, terços, reflexões sobre temas religiosos.
Mas foi preciso parar para perceber os frutos e as graças, para ouvir e agradecer nosso Deus maravilhoso, para ver que somos fortalecidos nesse período de pandemia.
Em maio nós completamos 40 anos de casados, a pretendida comemoração, com festa ou viagem, foi trocada por orações e palavras de carinho e abraços virtuais.
Vemos bonitas iniciativas, como a de um casal amigo que preparou uma feijoada e ofereceu a pessoas de seu convívio. O pagamento foi em doação, que entregamos a eles ao retirar a feijoada, tudo convertido em ajuda a pessoas carentes. Temos visto outros gestos de solidariedade, como assistência a pessoas de rua, campanhas para amenizar o frio, com roupas de corpo, cobertores.
Precisamos de nosso esforço e da graça de Deus na busca da santidade. Então, vamos ao encontro da graça, do sustento espiritual, principalmente a oração e a Palavra de Deus. As missas, mesmo que transmitida virtualmente, sustentam a fé. A fé nos associa a Cristo, e nos ajuda na hora da incerteza. Ele não nos abandona, caminha ao nosso lado, Ele nos dá força, esperança e Amor.
Que o Senhor Bom Jesus nos proteja, ilumine e abençoe.
Pandemia, fortalecimento e religiosidade
A pandemia do novo Coronavirus nos impediu de praticar diversas atividades externas ao ambiente de nosso lar, entre elas a participação em atividades religiosas e celebrações, seja nas igrejas (as missas, casamentos, batizados, etc) ou nas casas dos fiéis (terços, novenas e reuniões de grupos de oração). Tivemos que adaptar tais atividades aos meios virtuais/eletrônicos como a utilização de TV, redes sociais e videoconferências.
Mesmo diante das dificuldades encontradas nesta adaptação, alguns aspectos da religiosidade foram favorecidos em nossa casa. O fato de trabalhar em regime de home-office aumentou a quantidade de tempo disponível em casa, uma vez que posso poupar o tempo gasto com as viagens ao local de trabalho. Pude descansar mais (acordando mais tarde todos os dias) e comecei a acompanhar minha esposa na oração do terço, que ela rezava às 18:00h assistindo pela TV Canção Nova, o que não era possível antes da pandemia, pois eu chegava em casa bem mais tarde.
As orações da manhã e da noite, que cada um fazia em separado, em horários distintos, também puderam ser feitas em companhia um do outro. A santa missa, assistida pela TV também se tornou um "evento" familiar, já que não podíamos sair de casa (cada um assumindo compromissos em horários diferentes).
A disponibilidade maior de tempo (que antes eu não tinha) para realizar trabalhos domésticos também nos aproximou mais, dando oportunidade para o diálogo e a troca de ideias durante a lida doméstica. Também assistimos aos telejornais (e outros programas) juntos e pudemos conversar sobre as notícias e situações vivenciadas.
Acredito que a pandemia serviu para aproximar as pessoas, que passaram a conviver mais dentro do lar, e que os temores a respeito da doença acabaram por aumentar o contato do nosso "humano" com o "divino" do Pai, sempre orando pelo fim da pandemia, introduzindo momentos de espiritualidade no cotidiano de nossas casas. Antes havia certo nível de separação entre o momento cotidiano do dia a dia e o momento de espiritualidade, que normalmente era exercido em outro local, mas o isolamento nos obrigou a juntar essas duas esferas de nossa vivência. Espero que essa aproximação do ambiente doméstico com o religioso perdure para além do isolamento provocado pela pandemia.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
PASCOM – PSBJ !
paroquiacaxambu.com.br
pascom@paroquiacaxambu.com.br
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